domingo, 1 de maio de 2011

Discussão de Casos Complexos

Poste aqui seu caso complexo em imuno-hematologia para discutirmos a solução com os colegas e mediadores da página. Para tal, descreva-o com o maior número de detalhes possíveis, como anamnese do paciente, dados clínicos e laboratoriais. Mãos à obra!

29 comentários:

  1. Caso da vida real: Em meu laboratório utilizo dois reagentes anti-D diferentes. O que fazer quando a fenotipagem Rh(D) apresenta-se positiva com um deles e negativa com outro? O que isto pode significar? Explique e justifique sua resposta, indicando possíveis soluções e como você liberaria este resultado.

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  2. Pode não ser o correto, mas se acontecesse no meu plantão, poderia verificar essa situação de algumas maneiras. Se Rh(D) me apresentar uma discrepância realizado com dois reagentes diferentes, no primeiro momento eu repetiria os testes. Continuando a discrepância, checaria validade, lote, aparência e suspensão de hemácias. No caso de alguns reagentes, há necessidade de aguardarmos 5 minutos (hemácia + reagente) para podermos centrifugar e ler. Há o reagente D poliespecífico que seu grau de aglutinação é menor, se as hemácias não forem resuspendidas cuidadosamente, poderá gerar um falso negativo. No momento, são essas hipóteses consigo dar. Gostaria de sua correção Girello!!

    Cristiane

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  3. Após confirmação dos resultados e avaliação das condições dos reagentes, situações como esta me fazem pensar na possibilidade do indivíduo em questão possuir um antígeno D parcial, visto que apenas um dos antissoros apresenta resultado negativo (o soro pode possuir anticorpo apenas contra epítopos que o indivíduo não tem na superfície de suas hemácias). Para definição do perfil de "D" deste indivíduo seria necessário realizar um painel de soros anti-D, no qual são usados soros que interagem especificamente com determinado epítopo e assim classificar o indivíduo em alguma das categorias de D, pensando ainda "utopicamente", testes de biologia molecular poderiam elucidar o caso. Para fins transfusionais, devemos utilizar hemácias Rh Negativo, deste modo estaremos impedindo a aloimunização do paciente por um possível anti-D.

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  4. Olá Cristiane e André, obrigada pelas colaborações. Vou aguardar mais comentários dos colegas para podermos discutir esta questão, mas de antemão, a questão foi formulada exatamente pensando na boa e velha sorologia do "dia-a-dia", já que os testes moleculares ainda estão longe de nossas rotinas...O que eu gostaria então de propor agora é que discutíssemos, além da própria proposta da pergunta: como devemos selecionar os reagentes anti-D para as rotinas de doadores e pacientes?

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  5. Pode significar um D parcial, pois no teste apresentou positividade somente com um dos reagentes anti-D.
    Inicialmente descartaria todos os tubos e realizaria uma nova fenotipagem Rh (D), para descartar algum erro durante a execução do teste.
    Para confirmar se realmente o individuo é D parcial teríamos que usar anti-soros específicos ou biologia molecular.
    Mas como na nossa rotina não aplicamos estes testes, e se tratando de um paciente na qual ele necessita de transfusão, utilizaria hemácias Rh negativo para evitarmos uma alo imunização.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Sou nova no ramo da Imuno-hematologia, porém tenho estudado muito sobre o assunto.Em primeiro lugar faria os testes novamente,avaliaria lotes,datas de validade tudo possível para checar se os reagentes estão em perfeitas condições.Se o resultado continuasse o mesmo poderia tratar de um paciente D parcial onde as hemácias apresentam epítopos alterados ou mesmo D fraco que apresentam uma fraca expressão do antígeno Rh D na membrana das hemácias.Mas para o paciente utilizaria hemocomponentes Rh negativo podendo evitar assim aloimunização. E para solucionar o caso testes de biologia molecular poderiam ajudar.

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  8. Eu pensaria na possibilidade do individuo ser um D parcial ou D fraco.Se fosse um paciente que iria receber Transfusão eu classificaria como Rh Negativo,mas se for um doador eu classificaria como sendo Rh positivo.

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  9. Iria suspeitar de um anti-D parcial. Primeiro iria refezer os teste realizados e se repetir o mesmo resultado transfundiria bolsas Rh Negativas.

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  10. E aí pessoal? Aguardo novas contribuições! Para quem estiver com preguiça de escrever, basta comentar a resposta postada por algum colega, concordando ou discordando de sua opinião. Não deixe de explicar o porque de sua opinião!

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  11. Em primeiro lugar, eu repetiria os testes com novas suspensões, tomando os cuidados necessários para ver se realmente estou fazendo como pede cada reagente, lembrando de ressuspender as amostras com delicadeza para não obter um resultado falso negativo na leitura. Continuando a discrepância, pegaria uma amostra diferente (Rh conhecido), uma Rh Positivo e outra Negativo e faria os testes com os dois reagentes nas duas amostras. Se a amostra Positiva (conhecida) não obtiver a discrepância e na amostra Rh Negativo os resultados forem negativos (o que é o correto) pensaria na hipótese que, como os reagentes possuem anticorpos para diferentes epítopos, o paciente poderia ser um D parcial (que perdeu a expressão de alguns epítopos) ou um D fraco, que possui baixa densidade antigênica expressa na membrana de suas hemácias. Assim, faria fenotipagem para Rh D. De qualquer forma, para este paciente, selecionaria apenas unidades hemoterápicas Rh negativo, para evitar uma possível alo imunização. No caso de um doador, este seria considerado como Rh Positivo pois se ele for um D Fraco ou Parcial, poderia causar uma alo imunização em um paciente Rh Negativo que recebesse suas hemácias ou plaquetas.

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  12. Primeiramente iria repetir todos os testes, inspecionaria os reagentes. Com os resultados permanecendo da mesma forma, suspeitaria de um d parcial e na necessidade de transfundir selecionaria hemácias Rh negativas como profilaxia.

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  13. Em primeiro lugar, eu repetiria os testes com novas suspensões em tubo e em gel. Permanecendo os resultados, suspeitaria de um provável D parcial. Como não temos os reagentes necessários para confirmação do mesmo, soltaria o resultado como sendo Rh negativo se tratando de paciente e Rh positivo se for um doador.
    Caso necessite de transfusão, liberaria hemocomponentes Rh negativo, evitando assim uma possível aloimunização.

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  14. Eu pensaria no D parcial,como não tenho como confirmar na rotina do dia-a-dia, se for um paciente faria bolsa Rh Negativa,para evitar futura aloimunização.

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  15. Repetiria novamente os testes, permanecendo os mesmos resultados suspeitaria de um provável D parcial. Caso fosse um paciente, o consideraria como Rh negativo. Se houver necessidade de transfusão, utilizaria concentrado de hemácias Rh negativo com a finalidade de evitar uma aloimunização. Caso fosse um doador, o consideraria como Rh positivo.

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  16. Primeiramente repetiria os testes com a mesma técnica e se possível também por outra (s)metodologia(s).Caso permanecessem com os mesmos resultados, pensaria num caso de antígeno D variante, podendo ser um D fraco ou de um D Parcial.Recorreria a leitura da bula dos reagentes a fim de, analisar se são reagentes monoclonais IgG ou IgM ou Blend ou se trata de reagentes policlonais(o menos provável) e, principalmente analisaria o clone dos reagentes com o intuito de ver se 02 possuem o(s) mesmo(s) clones ou são preparados com clones distintos.Tudo isto para já ter uma hipótese formulada.Próximos passsos:
    1-Utilizaria outros reagentes Anti-D (Ex: policlonal, monoclonais com outros clones isolados para IgG ou IgM e/ou associados .
    2-Se no laboratório tivesse o kit de reagentes para pesquisa sorológica de D parcial , eu utilizaria para investigação de D parcial
    3-Se possível, independentemente do resultado do item 2,encaminharia a amostra para análise molecular de D fraco e D parcial

    Conclusão final:Inconclusivo, porém colocaria uma OBS:
    Na prática, abordaria o paciente como provável variante do antígeno D , utilizando a mesma conduta empregada para pacientes ou doadores com fenotipagem de D fraco .Amostra encaminhada para avaliação molecular.

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  17. Desculpa a demora....
    Em primeiro lugar eu concordo com o que a Cristiane com relação ao lote, validade e outros. Também desconfiaria de ser um D parcial. No dia a dia, se eu tivesse que tomar a decisão, mandaria para um laboratório de apoio e encaminharia para o Paciente um O negativo até a solução.

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  18. Bem se são dois reagentes antiD temos que verificar na bula do reagente qual o clone ele derivou ou seja para qual epitopo esse reagente é direcionado!!!

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  19. Isto mesmo, Marcia (Basilinha). O importante ao adquirirmos os reagentes anti-D monoclonais é observarmos quais são os clones que compõe o reagente, pois isto indica que possuem capacidade de detectar epítopos diversos do antígeno D (que é composto por cerca de 37 epítopos!). Por isso, não basta adquirir dois reagentes DE MARCAS diferentes, pois podem ser compostos pelo mesmo clone.

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  20. Provável RhD Variante, ou seja provável RhD Parcial. Mas além de utilizar soros anti-D de clones diferentes, tem de verificar a classe do anti-D (IgM e/ou IgG) usado na rotina. Caso o segundo reangente anti-D for IgM e por enganou foi realizado Pesquisa de D Fraco, esse reagente sempre vai apresentar resultados negativos nessa pesquisa.

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  21. Correto, Alexandre! Obrigada por sua colaboração!

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  22. É sempre importante antes de colocarmos reativos na nossa rotina que saibamos o que eles pesquisam e para que eles vão servir, paciente? doador?

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  23. Olá Dr. Ana,
    Estou fazendo minha monografia sobre hemoterapia. E me surgiu uma dúvida a qual não consigo encontrar explicações: Por que não se pode transfundir bolsas de plasma que se encontram lipêmicas ou ictéricas? Quais as consequencias que o receptor teria?
    Se possível poderia me dar sugestão de materiais bibliográficos sobre esse assunto?

    Agredeço, desde já.

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  24. Quando o sangue chega lipemico ou icterico, dificulta-se fazer a leitura da amostra ou seja ele pode ser erroneamente classficado. Se essas amostras apresentam dificuldades na classificação sanguinea é mais seguro não usa-las em transfusoes.

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  25. DURANTE UMA EMERGÊNCIA TRANSFUSIONAL, EM QUE A PACIENTE ERA "A" RhD+ COM PAI POSITIVO E TESTE DE COOMBS DIRETO POSITIVO, FORAM CRUZADAS 20 BOLSAS DE SANGUE, TODAS INCOMPATÍVEIS. COMO PROCEDER?

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  26. BOA TARDE ANA LUCIA.CARITAS, SALINAS MG ESTOU COM O CASO DE UMA PACIENTE, 37 ANOS, SEXO FEMININO, HIV +, HEMOGLOBINA 6,5 HTC 14,5, PLAQUETAS 237.000.SOLICITADA 1 BOLSA DE CHM. TESTES PRE TRANSFUSIONAIS GS A POS PAII(++) PAI II (++). TRANSFUNDIDA 1 BOLSA CHDF A POS. APOS NOVA SOLICITAÇÃO GS DIETA A POS REVERSA O. PC INCOMPATIVIL. GOSTARIA QUE A SENHORA EXPLICASSE ESSA SITUAÇÃO.

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  27. Bom dia Ana!
    Estamos com um paciente com um caso complexo em nosso serviço .
    Inicialmente ele estava com PAI negativo, depois de dois meses de internação e várias transfusões, o paciente passaou a apresentar PAI positivo nas duas células (2+ 1+). No painel liss aparece positivo somente em duas células bem fraco, porém no enzimatico a reação é bastante forte, 3+ e 4+ ,inclusive o auto e no frio, a reação é toda 4+ até o auto.
    As provas de compatibilidade realizada em liss são compatíveis pois a reação no gel liss é muito fraca, porém as provas cruzadas no gel enzimatico e o PAI, são bastante fortes.
    TAD positivo com eluato negativo.
    O que sugere nesse caso. O paciente está com Hb de 5,2.

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